PONTO DE CULTURA - TAMBORES DA RESISTÊNCIA
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021
Instituto Raízes lança plataforma Povos Indígenas nas redes sociais
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021
Instituto Raízes dará início ao Projeto KARIBANTU
O Instituto Cultural Raízes, dará início no próximo dia 21 de fevereiro de 2021, a mais um projeto inovador e pioneiro.
Trata-se do Projeto KARIBANTU, que dialogará com as experiências históricas desenvolvidas pelo povos negros e indígenas de Pernambuco (em especial da região do sertão), suas histórias de resistência, desde os tempos em que teve início a chamada colonização e consequentemente a escravização dos povos originários e dos africanos.
A junção das tradições culturais e espirituais dos povos africanos para cá trazidos, de origem Bantu, com os povos originários (hoje chamados de indígenas) do tronco da Nação Kariri (também chamados de Tapuios ou Tapuias), deu origem a formação de uma sociedade baseada nos aspectos e valores ancestrais, ainda presentes nos dias de hoje, em que pese os ataques e violências sofridos, o racismo e preconceito de que são vítimas e a onda devastadora do modo de vida consumista e individualista, além da negação da importância das raízes culturais, que impera em nossa sociedade.
Objetivos Geral e Específicos
O Projeto KARIBANTU, tem como objetivo principal, concluir e publicar a pesquisa e vivência já desenvolvida ao longo dos últimos 11 anos, pelo Instituto Cultural Raízes, sobre o processo de resistência humana e cultural dos povos originários e negros no interior de Pernambuco.
Já em relação aos Objetivos Específicos, merece destaque os seguintes aspectos:
– Aprofundar as relações ancestrais desenvolvidas entre os povos, fortalecendo os laços existentes, na perspectiva de recompor formas organizativas e comunitárias, baseadas em valores éticos e humanos, contidos nas experiências históricas dos mesmos;
- Potencializar as ações desenvolvidas pelos originários/tradicionais (indígenas e quilombolas), quanto à valorização de suas tradições e saberes históricos, a partir da oralidade (forma tradicional de linguagem dos povos) e também da escrita e da documentação em audiovisual;
– Fortalecer as organizações sociais e comunitárias de ambos os povos, a partir do potencial histórico e atual, expressado nas artes, na cultura e nas tradições;
- Promover o intercâmbio e a troca de experiências entre os Povos, fortalecendo os laços de irmandade e união entre os mesmos;
- Contribuir para a consolidação do processo de autoafirmação dos povos.
Para conhecer melhor o Projeto KARIBANTU e acompanhar suas ações, lhes convidamos a acessar as redes sociais do Projeto.
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021
Maracatu Afrobatuque completa 10 Anos de Fundação em 2021
Instituto Raízes completará 20 Anos de História
domingo, 24 de janeiro de 2021
Ao Mestre e amigo com toda a honra e louvor
16 de outubro de 2001, Comunidade do Jardim I |
Era um domingo, dia 16 de outubro de 2011, após um contato inicial, chegávamos à Comunidade do Jardim, na casa do saudoso Sr. Diocleciano e Dona Dudita (Maria Honorina de Jesus Lima), pais do amigo Zé Neto.
O Instituto Cultural Raízes estava dando início ao registro da Dança do São Gonçalo, a partir da Comunidade da Malhada Vermelha do Pajeú e foi assim que tomamos conhecimento da existência da tradição na Comunidade do Jardim I.
Fomos muito bem recebidos por Zé Neto e todos os seus familiares, que iam chegando da vizinhança para fazer o São Gonçalo.
Após o café, enquanto uma equipe de mulheres preparava o almoço, iniciou-se a sequência das Rodas de São Gonçalo. De início poucas pessoas começaram a dançar, daí a pouco, foi juntando mais e mais gente, constituindo uma sequência de imagens impressionantes de fé e de alegria.
Foram 12 rodas da promessa e mais uma roda extra para todas e todos, livre.
As mulheres, a partir de Dona Dudita, puxavam os cantos enquanto Zé Neto na sanfona, João (seu irmão na zabumba, além de Expedito (Maêta), também irmão de Zé Neto no triângulo e no pandeiro José, davam a sonoridade característica da forma de tocar o São Gonçalo, própria de Zé Neto e João.
Zé Neto, tocando o São Gonçalo em Fevereiro de 2012 |
Já em 12 de fevereiro de 2012, nos encontrávamos novamente na Comunidade do Jardim I, para o 2º Encontro de Tradições Culturais das Comunidades Rurais de Floresta, promovido pelo Instituto Cultural Raízes.
Desta vez, com a presença dos(as) dançadores(as) de São Gonçalo da Malhada Vermelha entre outros grupos convidados, à exemplo do Grupo Dandara e da Comunidade Quilombola de Floresta.
Ainda em outro momento, no dia 11 de março de 2012, nos encontrávamos novamente para atividades do Projeto Juventude e Cultura, realizado pelo Instituto Cultural Raízes em parceria com o Instituto da Juventude, aonde após realizarmos oficinas de percussão e danças com os(as) jovens locais, concluímos as atividades do dia com a Dança do São Gonçalo.
Daí em diante, em vários momentos nos encontrávamos em Floresta e, Zé Neto sempre com a mesma alegria e a forma acolhedora com que me tratava, conversávamos sobre a possibilidade de voltarmos a fazer as visitas às Comunidades Rurais.
Havíamos combinado de nos acertarmos para o ano de 2020, más ai veio a pandemia e nos impediu e, agora nesse último dia 16 de janeiro de 2021 vem a triste notícia de sua partida repentina, que nos entristece a todos(as).
Por certo, em outro mundo, o espiritual, Zé Neto chegou, pegou uma sanfona e começou uma Roda de São Gonçalo, contando com a participação do seu velho pai, seu Diocleciano.
Aqui, ficaremos com a saudade sincera e a falta de sua presença física, animando às comunidades ao tocar o São Gonçalo.
Enquanto vida tivermos, não esqueceremos seu papel histórico e humano na preservação de uma tradição tão significa e importante para a vida de muitas comunidades.
Libânio Francisco - Diretor Presidente do Instituto Cultural Raízes
Acrescentamos aqui, mais duas fotos recordando momentos alegres de Zé Neto, em meio às atividades sempre fazíamos umas brincadeiras ou contávamos uma piada, tudo num clima de camaradagem e amizade.
Anexamos também o link do vídeo em homenagem a Zé Neto, editado pela TV Raízes da Cultura, onde ao final ele encerra a Roda de São Gonçalo se dirigindo a minha pessoa.
A seguir, encontra-se também dois vídeos editados especialmente para este site, também em homenagem ao amigo e Mestre, Zé Neto.
Notar de Pesar
sexta-feira, 22 de janeiro de 2021
Nota de Pesar
O Instituto Cultural Raízes e a Associação Quilombola Raízes Negros do Pajeú, irmanados nos sentimentos de pesar e de luto de todos(as) que fazem a Confraria do Rosário de Floresta, vem de público manifestar seus pêsames pelo falecimento da Sra. Ursulina Maria de Souza, popularmente conhecida por Sulina, ocorrido no último sábado dia 16 de janeiro de 2021.
Sulina, era uma integrante histórica da Confraria do Rosário de Floresta e, cumpria o papel de ser a Juíza do Rei. Era na casa dela que o Rei era vestido e coroado e, após servido um breve café, saia em cortejo até a casa da Confraria do Rosário para ali encontrar a Rainha e dar seguimento a celebração do dia dedicado à Confraria do Rosário, na programação festiva e religiosa do Padroeiro de Floresta, o Bom Jesus dos Aflitos.
Que o Deus de nossos ancestrais a receba em sua morada infinita.
A nós, cabe a homenagem e as recordações de sua trajetória em vida, a qual a torna inesquecível em nosso meio e em nossa caminhada.
Assinam a Nota de Pesar:
Josefa Guiomar - Presidente da Associação Quilombola Raízes Negros do Pajeú
Libânio Francisco - Presidente do Instituto Cultural Raízes
A lembrança de um sorriso
Era, se não me falhe a memória, um dia de terça ou quarta-feira do início de março de 2012, quando Mônica, chegou na sede do Instituto Raízes à procura de sua (nossa) amiga Cidinha.
De imediato causou uma impressão positiva, pois havia um enorme brilho, presente na simplicidade de ser daquela menina.
No decorrer da semana, lhe fiz o convite para incorporar nossa equipe que iria passar o domingo na Fazenda Jardim I, na zona rural de Floresta/PE, para realizar oficinas de Maracatu de Baque Virado e Danças, com os(as) jovens locais.
Estávamos na época realizando o Projeto Afrobatuque, incorporando também o Projeto Juventude e Cultura, em parceria com o Instituto da Juventude.
Esse 11 de março, marcou uma conquista, a de um sorriso capaz de acolher e de encantar aos demais.
A partir de então, Mônica se incorporou à equipe do Instituto Cultural Raízes, bem como na equipe do Instituto da Juventude.
Foram cinco anos de convivência intensa, de aprendizados vários, de alegrias e realizações. Conquistou nossa total confiança, o carinho e o amor de todos nós, das crianças aos(as) demais diretores(as).
Pude acompanhar diretamente nesse período de convivência, sua evolução e sua luta junto com Cidinha, para concluir o curso na Faculdade, dando essa alegria aos seus familiares.
E agora?
Agora, já não temos mais sua presença física entre nós, já não temos mais seu jeito carinhoso, suas brincadeiras, sua alegria.
Nos restou uma saudade cortante, com o gosto amargo da partida. Más, também ficou (em meio às lágrimas inevitáveis das recordações) a lembrança de todos os momentos intensos e maravilhosos vividos entre nós.
Mônica, está e estará presente sim, nas nossas recordações, nas imagens de um dos melhores tempos, que foram vividos.
Que seu espírito repouse em paz e que possamos sempre nos reencontrar.
Por aqui, tem uma dor de saudade, tem um vazio da não presença física, principalmente quando encontramos sua presença nas fotos e vídeos que registram as atividades daquele período. Más tem também a certeza de que o pouco e intenso tempo de convivência, marcou para sempre nossa existência.
Para Mônica Santos Alves ! Presente ! Hoje e sempre !
Libânio Francisco
Diretor Presidente do Instituto Cultural Raízes
terça-feira, 19 de janeiro de 2021
2 anos de Luto, Dor e Tristeza, por uma perda irreparável