Naná Vasconcelos (1944-2016) foi um músico brasileiro, eleito oito vezes o melhor percussionista do mundo pela revista americana de jazz DownBeat.
Nana Vasconcelos (1944-2016), nome artístico de Juvenal de Holanda Vasconcelos, nasceu na cidade do Recife, Pernambuco, no dia 2 de agosto de 1944. Com onze anos ganhou seu primeiro instrumento musical – um bangô, presente do pai, que também era músico. Com 12 anos já tocava em festas na capital pernambucana.
Em 1967, Naná Vasconcelos deixou o Recife e foi morar no Rio de Janeiro, onde conheceu Milton Nascimento e logo depois foi na companhia dele à Argentina. Com Milton gravou dois discos. Com o cantor e compositor Geraldo Azevedo viajou para São Paulo para participar do Quarteto Livre, que acompanhou Geraldo Vandré no famoso Festival da Canção. Participou do festival Brasil Tocando Rio, na capital fluminense.
Na década de 70, começou sua carreira internacional. Primeiro ingressou na banda do saxofonista argentino Gabo Barbieri, depois atuou em projetos ao lado de Egberto Gismonti, do trompetista Don Cherry (no grupo Codona), com o qual lançou três discos, e do guitarrista Pat Metheny. Gravou com o violonista francês Jean-Luc Ponty e com a banda Talking Heads, liderada por David Byrne, um dos grupos precursores do movimento new wave.
Foram 10 anos morando no exterior se apresentando em diversos países. Transformou o berimbau em protagonista de suas performances, mas não se limitou a ele, nas mãos de Naná tudo virava música. Em Nova York e Paris deparou-se com o sucesso ao descobrir que tinha um algo diferente do que os americanos e europeus estavam acostumados a ouvir.
Apesar de 10 anos passados no exterior, o percussionista explicou que não perdeu a identidade e por isso se tornou famoso lá fora. A carreira foi reconhecida e todo período de primavera/verão, o percussionista retornava à Europa para realizar uma série de concertos nos festivais.
De volta ao Brasil, o músico voltou a estabelecer relações mais próximas com o cenário musical brasileiro a partir da direção artística do festival Panorama Percussivo Mundial “PercPan”, em Salvador, que trazia grandes percussionistas ao país. Por oito vezes foi eleito o melhor percussionista em votação na revista de jazz DownBeat.
Ao dirigir o PercPan, ficou impressionado ao ver tanta criança na rua. “Isso me fez querer fazer alguma coisa”. Criou então o projeto ABC das Artes e o ABC Musical, mas o primeiro durou pouco mais de dois anos, na cidade de Olinda, e o outro retomava quando surgia oportunidade.
Naná Vasconcelos foi mestre de cerimônias do carnaval do Recife durante 15 anos. Em 2015, diagnosticado com câncer no pulmão, submeteu-se a quimioterapia, mas não parou. Abriu os festejos do carnaval de 2016 e estava planejando uma turnê internacional com o amigo Gismonti. Na manhã do dia 9 de março, teve uma parada respiratória e não resistiu.
Naná Vasconcelos faleceu no Recife, Pernambuco, no dia 9 de março de 2016.
Por Dilva Frazão
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